quarta-feira, 23 de junho de 2010

"Eu sempre ganho a corrida antes da largada, deve ser por isso que minhas asas são podadas." (Bruno Coelho)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Janelas de papel




Hoje, abro a janela, suspiro levemente, fecho lentamente os meus olhos vendo a manhã que se apresenta de uma forma ostentosa.

Na vida ativa do dia, me sento à mesa, tomo o meu café com grande destreza e sigo novamente o ritmo do dia. De repente paro, penso, analiso e começo a regozijar todos os meus afazeres com uma grande dinamicidade, tomando o maior cuidado para que o estresse não venha à tona.

Repentinamente lembro-me das suas três palavras que tinha me dito e volto novamente a meus compromissos.

Estava um dia frio, eu na correria do dia, já era à noite e por incrível que pareça precisava chegar à faculdade com uns 30 minutos com antecedência. No trajeto havia percebido que algo estava literalmente diferente. Era uma sensação boa, minha auto estima estava ótima e tinha até resolvido escutar uma música para relaxar até chegar à universidade.

Como nunca tive o costume de olhar para trás, ainda mais para observar as pessoas. E eu, preocupado em chegar ao meu destino, quase perdi a surpresa que o dia tinha reservado para mim. Eu tinha passado exatamente do seu lado, rapidamente, mas não tinha lhe visto, nem notado e se quer olhado para as pessoas que estavam ao meu redor. Olhei para o relógio onde marcava 20h07min, no dia 31/05, e realmente tive que olhar para trás.

Parecia algo marcado, cena de cinema e coisas do destino. Fiquei cabisbaixo ao encontrar a pessoa que tinha me dito as três palavras que lembro até hoje. Cumprimentou-me, sorriu, e acabei ficando parado cerca de quatro segundos e voltei novamente não acreditando que tinha lhe encontrado. Pensei em silêncio, há quanto tempo que não te vejo?. Nem sei como pode ter se lembrado de mim, se nem eu que tinha passado do seu lado tinha o reconhecido. Observei-lhe com muita atenção naquele instante e pude presenciar uma grande diferença em si. Notei uma certa evolução, uma casualidade maior, uma felicidade ao me ver... E olha que realmente eu só tinha lhe reconhecido por sua fisionomia e imediatamente lhe cumprimentei e disse: – Tudo bem?

Conversei bem rápido, em cerca de um minuto e meio, e me despedir. Continuei seguindo o meu trajeto em direção a faculdade, mega surpreso. Não agüentei, tive que disfarçar e olhar novamente para trás. Fiquei impressionado. Eu que quase não o lembrava mais, tinha passado até por perto sem reconhecê-lo, fiquei admirado com suma maneira e com minha reação. E o mais engraçado é que a pessoa saiu andando sorrindo.

E eu, aqui na madrugada, tentando descrever o momento, rindo de mim mesmo e refletindo sobre o ocorrido. E realmente paro e me digo – Como as coisas que mais espero têm acontecido com a correria do dia? Preciso tomar mais cuidado para as coisas não passarem despercebidas por mim.

Fiquei focado em uma coisa, que até tinha me esquecido do básico. Certa hora uma bêbada marca o meu dia cantando uma das minhas músicas preferidas, mais que um poema e muito mais que uma simples canção. Como ela descobriu é que eu não sei! No outro um reencontro do nada, e quando eu achei que as novidades tinham acabado me vem uma das melhores. Descobri que o meu desejo feito para uma pessoa foi realizado. Tudo aconteceu como eu imaginava.

Agora, cansado e admirado com esse dia cheio de novidades, fico aguardando a próxima surpresa que vida fez questão de preparar para mim.


Bruno Coelho